SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 1

VERA CASA NOVA - Natural do Rio de Janeiro, do bairro da Saúde.  Mora em Belo Horizonte desde  1978. É professora da Faculdade de Letras da UFMG. Ensaísta e pesquisadora de poéticas contemporâneas (CNPQ). Escreveu Canto Zero (Col. Mulheres Emergentes/poesia, esgotado); UM Q um K (poesia, esgotado); Corpos Seriais (poesia, com imagens de Marcelo Kraiser, esgotado); Lucia Rosas: textos impuros (Editora 7 letras); Desertos (com CD animado por Afonso Klein, Editora 7 Letras). Como ensaísta tem publicações em revistas nacionais e internacionais e livros organizados: Estação Imagem: desafios (com Paulo Bernardo Vaz, Editora UFMG). Lições de almanaque. Um estudo semiótico (Editora UFMG); Viver com Barthes (com Paula Glenadel, Editora 7 letras), entre outros. Atualmente tem programa na Rádio UFMG Educativa, chamado UM TOQUE DE POESIA, que vai ao ar todos os dias pela manhã e à noite.

Contatos: casanova.bh@terra.com.br
Página individual de poesia em Blocos Online


Vertigens

Jogo

Retorno Rimbaud

Faro

Logogrifos

Epígrafe


Vertigens

Fico com a falta da tua voz
Voz dos seres ancestrais
Dói a falta do verso: ouvir e pensar
Versos que não são meus, nem teus, são de ninguém ou de todos:
Quintana, Drummond, Waly, Haroldo: onde se encontram se não nos versos
da memória do impensado?
Em homenagem a todos os que se foram e deixaram versos para serem lidos
Esses versos de nada guardam o gosto da perda.
A você também rendo essa homenagem:
Minha língua, minha imagem perdida na tua.
Para sempre inchalá.
Falo russo só para ser entendida pelos russos
E estou no oriente e no ocidente de tua vontade
Que não é teu desejo
Só vontade de fazer imagens na vertigem de mim;
Racho-me
Disjunto-me do mundo
E me livro de todos os afazeres domésticos
Só para pensar que teu ser, teu ente é algo
De onde parto, por onde sobrevivo nos saltos de meu sapato sem salto,
E pulo com o gosto da amarga lucidez.
Por isso vou sorvendo discursos pseudo – intelectuais
Do mineiro desprovido de língua.
Sonâmbula entre as vozes ouvidas dos poetas mortos

Solange Firmino
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Vera Casa Nova

 
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