SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 3

PAULA CURY - Paula Cristina Cury e Cury, 37 anos, São Paulo. Oficial de Justiça, Bacharel em Direito. .Atua na área Literária como contista, poeta e roteirista. Participou do Jornal “Café Literário” (de circulação na região Oeste de São Paulo), como membro colaborador. Na Internet, publicou poesia e prosa no portal Blocos Online e nos sites: Anjos de Prata, PD Literatura, Garganta da Serpente, Recanto das Letras, Templo XV, Usina de letras, Universo do Hai Kai, entre outros. Publicação: Antologia do Concurso Palavra, Som e Fúria, organizado por Arnaldo Giraldo, Ed. Arnaldo Giraldo (classificada com a prosa “O trem”). Participou da Exposição: "Haroldo de Campos – Poeta de muitas Galáxias, em Natal/RN, em agosto de 2005 (intervenção poética); e, também, no mesmo ano, do Congresso Brasileiro de Poesias de Bento Gonçalves /RS, com inserção de obra na “Vitrine poética”.
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Contatos: paulacurycury@uol.com.br
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           Sádica alma

Marca

Parto

     

           Senhora Vida

Caça

Mutante

 

Sádica alma

A fita de seda te serve de chicote.
Açoitas minhas costas mas não feres
Não a carne que da seda não sente
Fere a alma de amor latente.

Ata-me em grilhões de biscoito de polvilho
Sinto o peso do ferro que imitam
Esfarela na carne a cada movimento
Sufoca a alma, aperta sem temor meu sentimento

Queres meus olhos baixos, eu submissa, retraída
Os olhos da alma, estes sádicos olhos
Enxergam teu corpo além de outro corpo
Buscam tua alma num sussurro não mais que um sopro

Ajoelhada, deitada, quiçá emaranhada
Contorcida, doída, largada.
Possuis a carne de amor disforme
Esqueces da alma que a dor consome

Sádica ou masoquista, ambas talvez
Não penses que da carne, que essa é nada além
Creia que da alma, dessa que me tortura
Do amor ínfimo e da dor mais pura

Nomeia-me como queres. Nada disso importa
Pois que a dor mais doída que a carne corta
Nada é e nunca será
A dor da alma que tu nunca terás.

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Paula Cury

 
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