CIDADES BRASILEIRAS

SÚPLICA À MONTE ALEGRE [Aniversário de 137 anos de nossa cidade, 2017]

Eu venho da Pinto Martins, venho da Rua dos Mártires,
da Praça de Santa Luzia. 
Venho da Cidade Baixa.
Minha cidade me acompanha nos meus sonhos.
Minha cidade ganhou novos nomes, novas moradas.
Quem cuida de ti, minha pequena ladeira?
Quem guarda teus nomes, 
teus montes, tuas histórias?

Há lugares guardados por quem anda distante.
Há imagens que fazem chorar teus filhos errantes:
Serra Ocidental, Serra Oriental, 
Cidade Alta, Paituna, 
Ererê, Lua e Pilão.

Há filhos e filhas com saudade, 
rezando nomes e lugares: 
Airi, Bacabalzinho, Cuçaru,
Curicaca, Curaxi, Curitanfã,
Flexal, Jacarecapá, Jaquara, 
Juçarateua, Limão, Mulata, 
Pedras, Pariçó, São Diogo e Terra Preta.

Há lembrativos que navegam nas cheias
do Maicuru e Gurupatuba.
Há banhos de alma
no Taxipá, no Lago Grande, 
no São João, na Corredeira da Muira,
na Pacanda Grande, nas águas sulfurosas.

Meninos, meninas, revivam nossa memória.
Gritem hoje em nossos mirantes,
os honrados, honrosos, bonitos nomes que fizeram nossas histórias.

Há nomes imponentes que 
sempre serão autoridades,
pronúncias agradáveis e elegantes:
Alfredo Gantuss, Acylino Lins, Afranio Lins, Cattete Ponheiro, 
Carim Melém, Elmaza Sadeck, João Evangelista, 
Venício Coutinho, Judith Simões, Pastora Brazão, 
Nicolau Sadeck, Nelsi Sadeck, Tufi Sadalla, Antonio Leal, 
Eduardo Porto, Antonio Moreira, Miguel Barbosa, 
Benedito Lazamerth, Apolônio de Lima...

Há nomes belíssimos que servem para romances e poesias: 
Saturnino, Maringá, Eleonor, Hernestina, Murrieta, Arruda
Carreiteiro, Carmita, Picanço, Caires, Baía, Xavier, Uchoa, Hage
Castrillon, Ornício, Braga, Layla, Bacelar, Pinon, Polaro, Layla...

E os que fazem suas histórias com outros nomes
sobre seus nomes carinhosos: 
Gito, Catola, Chico Pão doce, Gegê, Roró, 
Dó Preto, Nilza lavadeira, DonaAna Parteira,
Seu Juca, Zito do Jaquara, Pato Roco, Pintadinho, 
Francisquinho, Deco, Barrega, Birico, Milhão...

E a linda dançarina doceira da fonte, Rositas...

Ah, minha cidade, nossa luz que não se apaga!
Que fazem hoje com tua história, com essas memórias?

                                                         Edmir Carvalho Bezerra

« Voltar