CIDADES BRASILEIRAS


SHOPPING EM COPACABANA

Entre cárceres bandejas
e pratos, as borboletas
presas, pousam, paralíticas.

Sequestradas num relance
pelos laços da cobiça
vítimas de sua beleza

secaram. Viraram múmias
no exílio do úmido ferde
órgãs de orvalho e de chuva.

Roxas azuis carmesins
fosforescentes relíquias
de um arco-íris perdido.

Cegos ao comprar tais brindes
os turistas não percebem
cumplicidade no crime

                                  Astrid Cabral

Do livro: Jaula, Editora da Palavra, 2006, RJ

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