SÃO JOÃO

Toda a gente procura em toda a festa,
do campo até a cidade, São João.
Fogueiras, fogos, gritos, confusão,
ninguém o vê, é tarde e hora não resta.

Preparo amendoim, bolo, canjica,
e para almoço, peixe e vinho branco.
Vem São João a visitar-me, e franco,
palra comigo e bebe, almoça e fica.

Por muito que o buscasse em a parte,
toda a gente somado, o engenho, a arte,
eis que em nenhum lugar ninguém o viu.

Os dois lendo e escrevendo, meditando
— papeando estivemos até quando
foi vinte e cinco. Aí se despediu.

                        
João Justiniano da Fonseca

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