SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 5 |
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GERALDO CARNEIRO - Belo Horizonte, 1952, é poeta, ensaísta, tradutor, letrista e roteirista. Reside no Rio de Janeiro desde 1955. Ficou conhecido na poesia da Geração 70 como Geraldinho Carneiro, tendo estreado quando ainda era estudante da PUC-RJ, em "26 Poetas Hoje", org. por Heloísa Buarque de Hollanda. Liivros de poesia: Verão Vagabundo (1980), Piquenique em Xanadu (1988), Pandemônio (1993), Folias Metafísicas (1995), Por mares nunca dantes (2000), Lira dos cinqüent'anos (2002), Balada do Impostor (2006). Entre os ivros de prosa: Vinícius de Morais: A Fala da Paixão (1984) e Leblon: A Crônica dos Anos Loucos (1996). Traduziu sonetos de W. Shakespeare, na coletânea Sonhos de Insônia (1997), publicada em parceria com Carlito Azevedo. É parceiro de Egberto Gismonti, Astor Piazolla, Wagner Tiso, Francis Hime, e outros compositores, tendo músicas gravadas por intérpretes como: Tom Jobim e Miúcha, Ney Matogrosso, Vinícius de Morais e Toquinho, Michel Legrand, Lenine, Olívia Byington, Zé Renato, Danilo Caymmi, Simone, Cauby Peixoto, Leila Pinheiro, Olivia Hime, Fafá de Belém, Zezé Motta. Para o teatro escreveu Lola Moreno, com Bráulio Pedroso (encenada em 1979 e 1982), Folias do Coração e Apenas Bons Amigos, com Miguel Falabella, ambas encenadas em 1983; Manu Çaruê (ópera performática com música de Wagner Tiso, encenada em 1992), entre outras peças. Roteiros: Sônia: Morta & Viva, de Sérgio Waissman (Tucano de Ouro do FestRio II), Eternamente Pagu (em parceria com Márcia de Almeida), O Judeu (em parceria com Millor Fernandes). Para a TV Globo, adaptou diversas obras literárias para a série Brasil Especial (entre as quais O Santo que não acreditava em Deus, depois refilmada por Cacá Diegues como Deus é Brasileiro, A Desinibida do Grajaú, Lúcia McCartney); entre as minisséries, cita O Sorriso do Lagarto (adaptação do romance homônimo de João Ubaldo Ribeiro), exibida em 1991. Participou da criação do programa Tamanho Família e da série Você Decide, da qual foi supervisor de texto. |
mar de sargaços
no seu maremoto de sargaços negros
na sua garganta minha caravela
começa de novo nos quintais vazios
a plantar canteiros no meio da noite
nos seus alagados e no fim de tudo
a cantar baladas de uma estranha lua
entre os peixes mortos onde algum corsário
a tramar batalhas no seu mar profundo
recolhendo gritos nas suas entranhas
vaga submerso a beber escolhos
de outros naufrágios de cristais marinhos
no seu mar profundo no meio da noite
a beber escolhos de uma estranha lua
a tramar batalhas nas suas entranhas
onde algum corsário vaga submerso
a cantar baladas nos seus alagados
recolhendo gritos de outros naufrágios
na sua garganta de cristais marinhos
a plantar canteiros de sargaços negros
nos quintais vazios no seu maremoto
e no fim de tudo entre os peixes mortos
começa de novo minha caravela
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