PREFÁCIO

Nos últimos dias de outubro de 2006 lançávamos a Saciedade dos Poetas Vivos Digital nº 1. Ainda não comemoramos um ano, portanto, e estamos no quinto volume, havendo poetas nos perguntndo já pelo próximo. O conjunto de vários fatores contribuem para este êxito inconteste, tornando o projeto diferente em um momento em que em geral privilegia-se mais a quantidade de participantes do que a qualidade estética: 17 poetas apenas (fazendo com que todos se sobressaiam mais), escolha seletiva criteriosa, enorme carinho pelos poetas convidados, intenso amor pelo projeto e a certeza de estarmos, em cada volume, apresentando propostas poéticas relevantes e significativas, incluindo nomes renomados da poesia brasileira, dando brilho ainda maior ao nosso trabalho – de garimpo literário, como costumamos descrevê-lo.

O tema deste volume nº 5 é NOTURNOS: Noites, noitadas e madrugadas: as noites temporais – com suas luas, estrelas, brilhos, insônias e boemias – e as simbólicas, envolvendo trevas, escuridão, desesperança, obscuridão, cegueira, ignorância, morte. Noites altas, noites fechadas, noites em claro, noites mortas, novas noites. Registros, flashes de momentos e sentimentos, de paixão ou solidão, de descanso ou tumulto. Noturnos: berceuses ou notas inquietantes de harmonia polifônica, a noite como boa ou má conselheira. As madrugadas e suas inerentes ressurreições.

Toda a carne, à meia-noite,
silenciará.
E a voz da primavera anunciará,
correndo,
que, apenas amanheça o dia,
a morte estará vencida,
pelo esforço da Ressurreição.

      - Boris Paternak
(trad. Haroldo de Campos)

Lúcidos e trans-lúcidos os dezessete poetas da Saciedade dos Poetas Vivos Digital nº 5 nos deliciam com seus mais diversos e exuberantes compassos: com a poesia intimista de Clevane Pessoa; com a filosófica, de Christina Ramalho; com a lírica de Dora Dimolitsas; com a fotográfica de Dora Tavares; com a minimal de Évanes Pache; com a realista de Jania Souza; com a passional de Jussara Valverde; com a melódica de Luiza Varaschin; com a existencial de Luiz Otávio Oliani; com a dramático-teatral de Marco Faria; com a sinestésica de Marcos Freitas; com a crítico-surreal de Maria Helena Bandeira; com a fragmentária de Neuza Ladeira; com a evocativa de Ricardo Alfaya; com a reflexiva de Vera Casa Nova.

Para completar nossos dezesete poetas, convidamos dois nomes sobejamente conhecidos e reconhecidos no cenário literário brasileiro. Temos muita honra e prazer de contar com a poesia de Antonio Carlos Secchin, professor catedrático de literatura da UFRJ, Prêmios Nacionais como poeta da Fundação Biblioteca Nacional e PEN Clube, e membro da Academia Brasileira de Letras; e Geraldo Carneiro, poeta, ensaísta, tradutor de Shakespeare, letrista, dramaturgo, roteirista de cinema e da TV Globo.

Na boca da noite, as vozes desses poetas ecoarção em sua vida, seja qual for a hora em que eles forem lidos. Carpe noctem.

Urhacy Faustino e Leila Míccolis
EDITORES

Lançamento oficial: 17 de setembro de 2007


Créditos:

Capa: Vande Rotta Gomide
Título: Eduardo Feijó Netto Machado
Seleção de textos: Leila Míccolis
Webmaster: Urhacy Faustino

Antonio Carlos Secchin

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