SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 7

JANIA SOUZA - Jania Maria Souza da Silva. Potiguar de Natal. Taurina. Cristã. Ativista cultural. Escritora. Artista Plástica. Diretora de Eventos da SPVA/RN – Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN. Participação no Movimento Poetas del Mundo. Integra o quadro da APPERJ - Associação Profissional dos Poetas e Escritores do Rio de Janeiro; Clube de Escritores de Piracicaba/SP; UEB/RN - União dos Escritores do Brasil - Seção RN. Presidiu a COEDUC – Cooperativa Educacional do RN. Integrou o Conselho Municipal de Cultura em 2005 e a Comissão Normativa da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Djalma Maranhão nos biênios 2004/05 e 2002/03, tendo sido eleita como suplente para o biênio 2008/09. Voluntária no Projeto Assistencial Prof. Nivaldo Calixto Torres desde 1994. Bancária da Caixa e sócia da ONG – Moradia e Cidadania. Organizou cinco coletâneas literárias sobre a égide da SPVA/RN. Publicou em 2007 “Rua descalça... –  poesia”. 2ª. Exposição Individual no Restaurante SESC março 2008 - Realidade e Íntimo; tendo realizado a primeira em dezembro 2005 no Restaurante Delícia Portuguesa - "Três Elementos". Presença em várias exposições coletivas. Participação em coletâneas nacionais. Apresentações em recitais e palestras. Ganhou o Concurso Literário do Sindicato dos Bancários em 2006, tendo sido segundo e terceiro lugares em outras edições. Selecionada para compor o livro Gente de Taleto 2006 e 2007 da Caixa. Participação no volume 5 do Saciedade dos Poetas Vivos - Digital.
Site e Blog: http://www.spvarn.org                      http://www.janiasouzaspvarncultural.blogspot.com

Contatos: janiasouza@uol.com.br
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           Abraços

Reminiscências

Epitáfio

     

           Verso narciso

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Sopro da primavera

 

Sopro da Primavera

Outra vez é primavera. Não vejo.
O desengano fez-me fechar a porta
do jardim que habita em mim.
Mas, teimosas magnólias, acácias, camélias
escalam as muralhas da minha agonizante nau
só para me lembrar o sol a sorrir-me, feliz.
Ao tentar ignorá-lo, percebo...
por entre véus de colibris, minha alma irrequieta
bulindo voluptuosa em meu centro esférico.
Sou casa dos fantasmas viventes de outras eras.
Meu fogo suplanta inquestionável
todos meus entes perdidos.
Implacável, o relógio, na marcação
do seu monótono e incansável passo
não desculpa qualquer atraso.
As pétalas nas asas do orvalho
farejam o cheiro sutil do orgasmo
que se apodera de todos os recantos da terra.
Sinto a meiguice traiçoeira furtar inadvertidamente
a rosa vermelha ardente do meu sedutor peito
a espraiar-se desnuda, voraz, no silvo arquejante da areia
envolvendo-me num cio embriagador de mil suspiros.
Sou Carmem, sou sereia, sou libélula esfomeada de amor
em gozo na vela do destino - carrasco indomável
insaciável, dos meus pecaminosos desejos adormecidos
que, inexplicavelmente, perpetuam a vida.
Ah! Realmente, outra vez é primavera
e o seu morno sopro varre as terras altas e os baixios do hemisfério
e num gorjeio sacro santo amantes ciciam poesias
entre as urbanas flores campesinas.

Jania Souza

Janice Mansur

 
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