SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 9

DORA TAVARES - Nome literário de Maria Auxiliadora Tavares Duarte, nascida em Bom Sucesso/MG, cidade onde fez seus primeiros estudos. É filha do jornalista Raimundo José Tavares, o Rajota, e de Dona Maria do Rosário Tavares, já falecidos, os quais tiveram 6 filhos, todos escritores. Casada com Emerson Tadeu Duarte Cruz, tem um filho de 19 anos, Adriano. Hoje aposentada no Serviço Público Federal, onde também trabalhou como Assessora de Imprensa. Reside em Oliveira/MG. Formou-se em Letras, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Patos de Minas – MG, em 1976. Mudou-se para Belo Horizonte, onde se formou em Jornalismo, em 1989, na FAFI-BH, hoje, UNI-BH. É membro da Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais – AMULMIG, representando seu município de origem. Escrevendo, desde tenra idade, tem trabalhos publicados em órgãos de imprensa de vários estados e é detentora de vários prêmios literários. Participa da Saciedade dos Poetas Vivos Digital, vol. 5. Seu primeiro livro intitula-se "Resgate da Palavra" e o segundo "Pássaro em Diagonal", com excelente aceitação crítica. Tem diversos originais ainda inéditos em conto, crônica, estória infantil, artigos evangélicos e poesia. Está preparando a publicação do livro de Poesias: "Eu, paisagem em Movimento".

Contatos: dotduarte@hotmail.com
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           Folhas de outono

Simplesmente inverno

Primavera

     

           Jogo do amor

Quatro estações

Poema das estações

 

POEMA DAS ESTAÇÕES

Nosso idílio começou
Entre  revoos de insetos
Explosão de pólen em efervescência.
Eclodindo flores várias,
Diante de  nimbos, cumulus e cirrus
Em alternância,
Surgiu o céu de primavera:
Nas tardes, o horizonte,
Como uma abóboda
De fogo, preparava
Para rasgar a fértil
Manhã, com seu poder
De projetar a luz,
Assim nos iniciamos.

Elevou-se a temperatura
Em picos exuberantes,
Quando nossos corpos
Como que adormecidos
Sobre o calor da areia
Mapeavam-se e se exploravam
Em tórridos momentos
Do verão que se instalou
No longo de nossos dias.

Mas... com o tempo,
o despencar das  promessas
que não se concretizaram,
como  folhas mortas,
Que jazem soltas ou sobrepostas
Ou como  palavras
que penderam sem aviso,
talvez necessárias à renovação,
Mas que se perderam
E não prevaleceram
No outono do amor.

Num movimento
De translação fomos
Arrebatados além
Do sol do amor que migrou
Pra longe de nós,  numa inversão térmica,
Nascida da  indiferença
que fez nosso horizonte
se acinzentar.

Sofremos, choramos, nos perdemos.
Como num passe de mágica,
Que só o amor pode realizar,
Hibernados, ressurgidos,  nos refizemos,
nos reencontramos,
Como que ressuscitados
Para uma nova estação.

Dora Tavares

Elisa Lucinda

 
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