SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 12

Carlos Nejar

CARLOS NEJAR - Luís Carlos Verzoni Nejar. POA/RS, 11/01/1939, radicado no ES. Procurador da Justiça aposentado, poeta,  ficcionista, tradutor e crítico literário. Membro da Academia Brasileira de Letras, cadeira nº 4. Obras publicadas: Sélesis (1960), Livros de Sibilon (1963, Livro do tempo (1965), O campeador e o vento (1966), Danações (1969), ordenações (1969), Canga (1971), Casa dos arreios (1973), O poço do calabouço (1974,1979), Somos poucos (1976), Árvore do Mundo (1977), Chapéu de estações (1978), Os viventes (1979), Um país, o coração (1980), Obra poética I (1980), Cinco poemas dramáticos (1983), Livro de gazéis (1984), Memórias de Porão (1985), A genealogia da palavra (1989), A Idade da Aurora - 30 anos de Poesia (1990, Rapsódia, Amar a mais alta constelação (1991, sonetos), Elza dos pássaros, ou a ordem dos planetas (1993), Simón Vento Bolívar (1993), Arca da Aliança (1995), Sonetos do Paiol, ao sul da Aurora (1997), Todas as fontes estão em ti (2010), além de diversos livros reunindo parte de sua obra. Em poesia teatral publicou: Teatro em versos (1998, reunião em um volume de seus personae poemas), prefácio de Antônio Hohlfeldt; Personae Poemas: Vozes do Brasil (1984), O Pai das Coisas (1985), Fausto (ed. bilíngue, português-alemão, 1987), Miguel Pampa (1991). Em Romances (transficção): Um certo Jacques Netan (1991), O túnel perfeito (1994), Carta aos loucos (1998), Riopampa (2000) e Ulalume (2001). Ainda possui dois livros de prosopoemas, diversas obras de literatura infanto-juvenil, e dois ensaios: O fogo é uma chama úmida (Reflexões sobre a poesia contemporânea, 1995, "Coleção Afrânio Peixoto" da ABL) e História da Literatura Brasileira (2007).

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           Nicolau do Universo Copérnico

Giordano Bruno

Melquisedec Fagundes

     

           Cavaleiro de outra Távola

O carteiro Leonel Varo

A escada onde passa Mario Quintana

 

A ESCADA ONDE PASSA
MARIO QUINTANA

Caminhos vão e vêm
nos teus setenta anos
dentro das coisas.
E de longada, vivemos
apesar dos relógios.

Às bordas da manhã
carregas a palavra anêmona,
a rosa dos ventos.

Palavras rechinam
como velhos sapatos.
Outras sobem
do Caos atônito
e pedem
a ressurreição da carne.

A casa de Cecília, Blake,
Rimbaud, a tua —
permanecem.
O som das tábuas ecoa.

Deus não se move:
está preso
por indócil metáfora
no lombo da criação.

E o poema
toma o freio nos dentes.


              Do livro: Os Viventes, Ed. Nova Fronteira, 1979, RJ

Carlos Nejar

Eunice Arruda

 
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