O AUGE

Uma longa vaca sobre teu travesseiro morde-se de ciumes
Dois pilantras entram pela janela e bebem teus xaropes de chuva
Riem dos cruzeiros marítimos e de todas as fotografias reais do mundo
Debatem-se de riso entre florestas e samambaias de cerâmica
Sopram todas as velas e o encaixe das engrenagens dos espelhos
Esmagam teus tigres com travesseiros
Cospem fumaças
Cospem espelhos
Cospem rodas talhadas pelos alto-falantes
Baixam cortinas de nevoeiro
São os roedores dos olhos colados com pirulitos de fazenda
Ejetam seus dedos de cavalaria congelada do açúcar perfeito das lâmpadas.
Fazem aniversario em dezembro
Parecem Bruce Lee tomando leite
O chocolate de Fu Manchu derretendo.

Cláudio Bertoldi

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