Jeito de Homem

(Sobre a poesia "Cheiro de Mulher" de Jorge Lennon)

Um templo, o fogo, um tempo, o jogo,
Nosso peito em chamas, avança vitorioso,
Colorindo nossas bocas sem coisas decoradas
E já esquecidos de ser derradeiros,
Nos pertencemos desde infinitos ontens.

Minha boca é da tua e tuas mãos passeiam
Os jardins de meus desejos,
Deliro com teu jeito de homem
Que sem pressa ou subtração, me toma e bebe
E me faz dona de sua louca paixão.

Nossos braços se ganham e ainda mais se pedem,
para nossa certeira cavalgada,
Minhas pernas te querem por inteiro e com elas,
Faço em teu corpo um bonito laço,
Que arrematas em loucuras, pedindo-me mais.

Não faço-me rogada e sou mais tua
Que a luz da lua cheia sobre o mar saudoso,
Enquanto a face do mundo clareia-se muda,
Tímida e invejosa com tanta felicidade,
Ao explodirmos deitados em tanto amor e prazer.


Cissa de Oliveira

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