Ó CADERNO! Ó CANETA!

Ó querido caderno e querida caneta!...
Provaste, vezes mil, que sois de fato, amigos.
Tristeza e solidão não sontituem perigos,
contando que estejais de plantão na gaveta.

Convosco sou orvalho... aroma... borboleta...
sou noite de luar... sou autor dos artigos
que destronam os reis e doam aos mendigos
a melhor refeição que existe no planeta...

Convosco sou Tarzan.. tenho casa em Paris...
mulheres aos montões... e apenas por um triz
deixo de ser Apolo, Aristeu ou Mefisto.

Caderninho do céu!... Canetinha!... Convosco
eu não sou poetinha irreverente e tosco
e sim um semideus! (Felicidade, é isto!)

                               Miguel Russowsky

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