Afinal, o que é mesmo o tempo...

Enquanto espero, ele me sufoca
Quando sou esperado, ele voa célere;
Se meu coração pesa
O tempo perece acomodar-se a minha espera

Afinal, o que é mesmo o tempo?

Mas se meu coração saltita como um tiziu preto-azulado brilhante nas tardes de chuva e sol;
O tempo me foge assim “pléc” — num estalar dos dedos...
Como um infausto, parece invejar de mim.

Afinal, o que é mesmo o tempo?

Se se pensar em Platão, vejo um tempo metafísico.
Que transcende as raias do cronologismo
Se eu perguntasse de tempo para Hípias, me diria:
— Olhe o relógio, olhe o sol, olhe o dia e a noite...

Sócrates, pacientemente me tocaria o ombro e:

— Investigue a essência e deixe que ela se emane como o jasmim: — Não, não e não! — diria Hípias – O tempo eu controlo, eu pego, eu vejo...

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