Caça e Caçador

A cada vez que sentes os meus dedos
Entrando mornos nessa tua boca,
Vejo em teus olhos coleções de medos
De te entregares feito fêmea louca.

Temes soltar-te nesta minha fúria?
Temes lançar-te furiosa e quente
A quem aqui te espera e, com luxúria,
Há de levar-te a gozos em torrente?

Não temas tanto, vem pro meu abraço!
Deita em meu leito e torna-te vulcão!
Liberta o corpo desse insano laço

Que dilacera o impulso da paixão!
Tu és a presa que com força caço
Prá devorar dos pés ao coração!

« Voltar