O nosso amor é amor de árvores. Cresceram
           nossas almas no solo duro, transplantadas
           pela vida, e juntos tomamos sol e chuva,
           as nossas ramas esbarramos, e cantamos,
 
           cantamos ao vento, nosso amigo, que junta
           as nossas mãos e espalha no ar nosso perfume.
           (É toda a essência aromática que há no mundo
           nada mais que o perfume do amor das árvores).
 
           Temos dado sombra a quem quer se amar na sombra,
           e nem sequer sabem quem somos. — Flamboyants?
           Somos apenas árvores, sem natureza
 
            (árvores — permitam-me — não têm natureza).
            Lembro-me que a ti ofertei todas as flores,
            e as que caíram, cumpriram o seu papel.
 

« Voltar