O CANDELABRO

Floriu na cruz, supremo, o candelabro
doutrando-se na fonte do meu sangue.

Abriu-se o rosto ao infinito símbolo
e o ventre sua luz armou de branco
nessa paixão: destino transcendido
Por onde vela o seio derramado.

O candelabro: escudo do mistério
sopro de fé na chaga repartida
metamorfose da hora sombreada.

Visão interior, o candelabro.
Além de dor e morte, o candelabro:
aceso e submerso em cada alma.

                               Lucila Nogueira

Do livro: Almenara, Civilização Brasileira/ IML/ MEC, 1979, RJ/Brasília

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