A lua

Surges altiva illuminando os montes
E as esplanadas dos geraes infindos;
Miras-te bella no crystal das fontes
Por entre as ramas de arabescos lindos.

Vencendo o tedio à escuridão da noute
Douras a terra e o marulhoso mar;
Quero pedir-te, p'ra que não me affoute,
Licença ao menos para te cantar.

Salve, deusa serena! Além no espaço,
Cheia de amor abrigas no regaço
A alma feita de luz, dos trovadores

Esparge teu clarão puro e suave,
E ouve o meu canto, como um trillo de ave
Te acclamando rainha dos amores!

                  Maria Augusta Meira de Vasconcelos Freire

Fonte: Almanach de Pernambuco (Recife, ano 2, 1900)
Enviado por Leninha

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