Formas

Às vezes eu penso
um quadro que inventasse
na orgia dos sentidos
na bebedeira de cores
e na forma instante
que o revelasse

Às vezes eu sinto
o inaudível choro de um instrumento
no sentido abraço que toca e arranca
a humana voz presa
a um violoncelo

Às vezes eu vejo
a forma incrustada numa pedra tosca
e desprender-se dela a estátua talhada
a forma acabada... a mão e o cinzel.

Ariadne Vaz
 

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