À GERAÇÃO NOVA

Pudera este meu livro, bons amigos,
Alevantar-vos tanto o pensamento,
Que a Pátria désseis braço e novo alento
Para afinal pôr termo a seus castigos!

Mas, se o cantar-vos eu feitos antigos
Não for mais do que vão cometimento,
Se houverem de rendê-la, a trato lento,
Duros golpes de feros inimigos,

Que — onde a mesquinha ergueu voz de grandeza
E os filhos já no exílio se dirão —
Ainda, por luso ser de natureza,

Ao lê-lo vós logreis ter a ilusão
De um punhado de terra portuguesa
Nele apertardes sempre em vossa mão!

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