Do  "Nivose"

Às vezes, sem pensar, eu repouso indolente,
Mas eis que uma palavra em mim, sùbitamente,
          Se faz, de manso, ouvir;
Dessas palavras tais em que o teu ser vivia;
E sinto em ecos mil, em branda melodia,
          Meu passado surgir.

Recordo-me de um mês, de um dia, de um instante,
E como uma criança eu choro soluçante,
          E ponho-me a escutar
Nessa palavra a voz do meu feliz passado,
Tal qual se pode ouvir na concha, em tom magoado,
        Cantando todo o mar.

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