MAIO

Maio esplende, - pelos ares
Evaporando-se odores,
De muitas graças aos pares,
Na própria graça das flores.

Maio surge p'ros altares,
E estes são p'ra adoradores:
- O crente resa uns cantares
E o poeta, salmos de amores.

Maio extingue-se: o sorriso
Que em tudo havia, no siso
Transformou-se dos pesares!

- Quando voltam novas flores,
Outras graças, mais amores?
- Quando tu, Maio, voltares?

                                      Cleómenes Filho

Do Almanach de Pernambuco, ano 5, Recife/PE, 1903.
Enviado por Leninha

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N. E.: Foi respeitada a grafia original

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