Tantas flores

As de mato
estranhas, cheias de segredos
(propriedades insuspeitadas),
e toxinas,
plenas de perfumes
em tardes quentes, nebulosas,
e outros olores
em manhãs mais frias...

Flores rudes, coloridas,
delicadas
carcomidas por insetos
multicores.
Flores
são mães dos frutos
com certeza!
E me envergonho
por não lhes saber
os nomes.

Aqui, frágeis e tranqüilas,
estão, como se apenas
um estágio
fossem,
entre as almas
e a alegria.
Aparecem agora
presentes caros
festa
fantasias
até a noite,
quando dormem,
e para florescer,
as flores sonham
talvez com o pulsar
dos dias...

Das flores

Suspirou...
e da boca lhe saíam zíneas,
rosas amarelas,
gérberas azuis.
Um pássaro
de plumagem exótica
ao extremo
anuncia chuva,
pousado ao parapeito
branco,
do qual se vislumbra
toda a serra.

Mas também
nos diz o pássaro
encarnado
que a próxima
primavera
será apenas
puro sonho,
ficção.

                         Eloah Margoni

« Voltar