Os Jovens Bandeirantes
Um Soneto Sujo de Sangue

Depois dos portugueses ladinos infantes
Enganando e trucidando ingênuos silvícolas
E depois dos destemidos bandeirantes
Esmagando cocares cabeças e clavículas

Ficou estabelecida a sangrenta tradição:
Tivemos 500 anos de branca supremacia
Levando tudo do índio que ficou na mão
Sem terra, sem árvore, sem alforria

Mas foi todo o acontecido pouco
Nesta terra de manos cruéis e loucos
Inventaram uma nova moda, por esporte

Com fogo, pedras e chutes, diverte-se a escória,
Os novos bandeirantes continuando a história,
Dando aos índios a saída de sempre, a morte.

             Ulisses Tavares
  São Paulo, Brasil, 08 de janeiro 2003

« Voltar