SAUDADE

Saudade! Meus amigos, minha rua,
As noites de enlevadas serenatas,
A doce cinfonia das cascatas
Buscando em vão cobrir a rocha nua.

Saudade! O sabiá nas verdes matas,
O rangido enfadonho da charrua,
As noites de folguedo sob a lua,
Os bailes, os vestidos, as gravatas...

Sentimento de dor quase mistério,
Brisa que sopra sobre o cemitério
O perfume dos sonhos mais tafuis.

Saudade!... Vate triste soluçando
Junto a cruz de um sepulcro, evocando
A lembrança de uns olhos tão azuis...

                                  Luiz Roberto Júdice

Do livro Ramalhete de sonetos, Ed. autor, 1995, MG

« Voltar