AGENDA

Dia vinte em esporas cavalgar a solidão.
Dia vinte e um passear
com as feras no pomar.
Vinte e dois alimentar
esperas no calor.
Vinte e três deixar a brisa
calar o canto da face.
Vinte e quatro talvez
soprar um pouco de ar.
No sábado ver mexilhões apodrecidos na pedra.
E caso o vazio continuar,
no domingo,
impreterivelmente,
te matar.

                                                                                    Celso Gutfreind

Do livro: "A Gema e o Amarelo", Prêmio Nacional Mario Quintana de Poesias/88, Tchê!, 1988, RS

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