EL PECADO ORIGINAL

Me incinero en mil soles
cuando arrojado salgo
al laberinto vano de almas sin encuentro.
Más allá, el horizonte,
sin perfilarse, arriesga su permanencia.
No obstante, mi lágrima
me dice que alguna vez sentí
a este ser humano que hoy rodea
mi existencia.
Desoigo las voces absurdas
que quieren detenerme y anularme.
Vibro en mil corazones,
en millones de gargantas que no gritan,
en aquelarres de angustias cotidianas
que vanamente buscan la descarga.
¡Estamos todos bajo el cielo
sin levantar la vista para verlo!...
!Nuestra brasa vital
podría encontrar la eternidad en ese gesto!
Nuestro presente,
hecho de pies apurados,
de manos hurgando en los bolsillos,
de no saber quién tengo al lado,
pierde la eternidad a cada instante.

Alberto Peyrano

 

O PECADO ORIGINAL

Incinero-me em mil sóis
quando intrépido saio
para o labirinto vão de almas sem encontro.
Além, o horizonte,
Sem se perfilar, arrisca a sua permanência.
Contudo, a minha lágrima
me diz que algum dia senti
este ser humano que hoje rodeia
a minha existência.
Desouço as vozes absurdas
que querem me deter e anular.
Vibro em mil corações,
em milhões de gargantas que não gritam,
em ruídos e confusões de angustias cotidianas
que em vão buscam a descarga.
Estamos todos sob o céu
sem levantar a vista para vê-lo!...
Nossa brasa vital
poderia encontrar a eternidade nesse gesto!
Nosso presente,
feito de pés apressados,
de mãos remexendo os bolsos,
de não saber quem tenho a meu lado,
perde a eternidade a cada instante.

Tradução de Jane Botti

Prêmio "Medalha de Prata" obtido no Concurso "Primo Miguel Beletti" organizado pela Sociedade Argentina de Escritores e a Universidade Popular de Vila Maria (Córdoba), em 2005

« Voltar