Alquimia

Cronos, enganado,
engole pedras.
Sísifo, castigado,
carrega sua pedra.
Drummond,
de retinas fatigadas,
vê pedras no caminho.

Pedras
sísifo-drummondianas
cansam os sapatos,
as retinas,
o olhar petrificante
da Medusa.

A pedra no sapato,
nos rins,
nos olhos cansados,
é a rotina de cada dia.

Atire a primeira pedra
quem não quer
o segredo
da Pedra Filosofal
da Poesia:
transformar
pedra em poema...

                        Solange Firmino

Menção honrosa no 2° Concurso Nacional de Poesia Colatina - 2006, MG

« Voltar