SACIEDADE DOS POETAS VIVOS DIGITAL - VOL. 4

CÁRMEN ROCHA - Contista, cronista, poeta, pratica literatura infantil, autora e diretora de suas peças teatrais, coordenadora de cursos, coordenadora de livros, exerce jornalismo. Formação: Professora universitária; professora de português, francês e inglês; orientadora educacional; coordenadora pedagógica; especialista em educação infantil. Pertence à UBE/SP, à SBAT, à Academia Santarritense de Letras. Participa da ONG - Território Selvagem, como Diretora Cultural e membro do Conselho Fiscal. Fundadora e coordenadora do Projeto Cultural Cármen Rocha para escritores, desde 1998. Coordenadora dos Grupos: de Contistas de São Paulo, de Escritores do Clube Pinheiros. Organizadora das antologias: Sabor Ambrósia, Sabores Macabros, Fantasia de Eros. Verbete: na Enciclopédia de Literatura Brasileira de Afrânio Coutinho, no Dicionário de Mulheres de Ilda Agnes Hübner Flores e no Dicionário Crítico das Escritoras Brasileiras de Nelly Coelho. Obras: Poesia: Passeio Alado; Catavento; Eu, Duas Mulheres. Contos: Vida-Vida; Jogo de Viver; Tempo Esgotado?; Ao Redor da Mesa; Miosótis do Tempo; Nuvem Cigana; Vinhos & Contos, Sussurros na Escuridão. Infantil: Artes & Magias; Estranhas Aventuras de Spitz; Histórias Originais de CR (20 histórias); Clássicos Recontados (2 histórias); Patinha Detetive (seriado - mais de 25 histórias). Paradidáticos: De Namoro com a Lua (Infantil - cães); Estranhas Aventuras de Spitz (Infantil - digestão); Quem Conta um Conto Escreve um Conto (estrutura do conto). Olhar o blog infantil. Teatro: Gija-Cigana; O Estratagema.

Contatos: carmenrochacontos@uol.com.br
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           Entorpecidos

Tédio

Agosto - 1993

     

           Vida simples

São Paulo II

Foto-padrão

 

Entorpecidos

Assisto televisão
passo horas...
horas e horas,
aprendendo tudo
o que devo
e o que não devo.

— Querida, deixa eu ficar?
— Fica, meu bem.

Todos lêem
todos gostam
todos repetem
o Brasil repete
(à ignorância, à exaustão...)
Então,
eu me esqueço
de tudo
que me aborrece
que me amola
que me entristece.
Vendo televisão
eu não envelheço
permaneço criança
e não penso
e o tempo passa rápido.

E o Português
língua-viva
com isso

çai emrriquesido

e com o passar dos anos
precisará um tradutor
para o português
de lá
entender o Português
de cá
falado na televisão,
e visto
por milhares e milhares
de brasileiros entorpecidos.

Ana Wilinski
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Cármen Rocha

 
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