Moenda de açúcar, de Johann Moritz Rugendas (Alemanha, 1802 – 1858)
 
Resistência

Ouvi do meu pai
que a minha avó benzia
e meu avô dançava
o bambelô na praia
e batia palmas
com as mãos encovadas
o coco improvisado
ritmando as paixões
na alma da gente.

Ô que pisada boa
Ô que pisada boa

Ouvi do meu pai
que meu avô cantava
às noites de lua
e contava histórias
de alegrar a gente
e as Três Marias.

Ô que pisada boa
Ô que pisada boa

Meu avô contava:
nossa África será sempre
uma menina
Meu pai dizia:
ô lapa de caboclo
esse Brasil,  menino!

E o coro entoava:
dançamos a dor
tecemos o (en)canto
do Afro-ameríndio
aos descendentes

Ô que pisada boa
Ô que pisada boa

                                       Graça Graúna

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