Para Zu
Deixa quieto o poema
em seu canto de cismas
Poupa explicações jamais possíveis
no momento de angústia incompreendida
Dá-lhe o silêncio necessário
à solidão procurada
Fecha a porta do quarto que o separa
do mundoAssim
vale a pena fingir que é mesmo grande
o parco sofrimento
e que são de infinitos desenganos
as pedras do caminhoRespeita no poeta
o momento isolado
e as dores que ele abrigaDo livro: O Gesto, Massao Ohno Editor, 1993, SPTalvez feitas de amor, como nos sonhos
talvez feita de sangue, nos seus versos
VERSO
Para o Massao Ohno
Cantar de novo o amor
não temer palavras
sentimento
saudade
carinho
ternura
lembrançaFalar de abraços
queixumes
afagos
soluços
pele
corpo
vidaTrazer de volta o esquecido
coração
seus ritmos
histórias de noivado
sofrimento
desenganos
alegrias dos amantes sem nome
na noite furtiva
do ontem
do hoje
de sempreDepois perdoar os poetas
algébricos
telemáticos
engenheiros da palavra
de emoção escondida
sem sonhos
canto
riso
lágrima