Batalha (ano novo, vida nova)
Há em mim um forte desejo de vencer,
fechar as portas ao passado e recomeçar.
O medo que me cerca
contraria esta vontade
de ter quem se orgulhe de mim.
Castigo-me, definindo-me,
descodificando conceitos e regras.
Na simplicidade do instinto
acabo por me encontrar.
A esperança rasga-me o pensamento,
abandono-me em ansiedade
num impulso desesperado,
com o aperto de querer mudar.
Levo tudo o que sou,
o que aprendi sofrendo,
o que achei na felicidade.
A imoralidade que sinto,
que me faz amar tanto
e recear a solidão
é a arma que eu possuo
para vencer em glória
a perversidade do mundo.
João Jacinto