Pesadelo

Quando se aproxima o natal,
Vejo o drama de tantas crianças,
A sentir a própria exclusão,
Lágrimas ardendo nos olhos tristes.

Caminhando e sentindo a dor,
Sem saber explicar a razão,
Fica extasiado com tanta cor,
Não entendendo o futuro incerto.

O corpinho frágil e maltratado,
A fome a se acercar silenciosa,
Deixa-o triste e transtornado,
Sem nunca entender a razão.

Em cada esquina um tormento,
E a droga a lhe ser apresentada,
Como lenitivo para miséria,
Não sabe o desespero que a contorna.

Muitas vezes viaja desorientado,
Naquele enganador e escuro sonho,
Que logo se transforma em pesadelo,
As crises o tornam adulto e desesperado.

Criança solitária já arrasada,
O mundo tão cheio de colorida luz,
Em nenhum momento o encanta,
E na verdade à miséria não fazia jus.

                                                 Vânia Moreira Diniz

« Voltar