PRESENTE DE NATAL

As laranjas douradas ainda estão azedas.

Só em dezembro as colheremos, e as chuvas súbitas
irão tocar, na noite da terra, as raízes sedentas das árvores
que, ao envelhecer, perderam os nomes.
O sumo doce virá como um presente de Natal,
algo que o vento e as constelações adiaram
para oferecer fora do tempo certo.

Do livro: Poesia completa - 1940 - 2004, estudo introdutório de Ivan Junqueira, Ed. Topbook, RJ, 2004

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