LUZ DOS TEUS OLHOS

sei do teu cio, pelos teus olhos opacos.
conheço quando explodes mãe-natureza.
a mata esconde o rio em seus buracos,
o seu manto não domina a correnteza.

verdes, brilho vivo de vivas esmeraldas,
olhos — roubaram céus — mares azuis reais.
refervidas rubras lavas, já águas caldas,
olhos-mestiços teus castanhos pedem mais.

chego mais perto e teus olhos me acendem.
se tu queres que me queimem, eu mais demoro.
sei que me decifras, sentes que te devoro.

assim nossos olhos na tenda se entendem.
— chama de óleo na noite do deserto —
senda que sendo longe... é longe e perto!

Marco Bastos

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