SONATA DE AMOR

Que sabe a lua do sabor das nuvens?
E o sol que sabe do frescor da relva?
Você, que sabe da ternura incrível
Desse meu jeito de vestir meus sonhos?

Meu sonho sabe a flores peregrinas,
A mel silvestre, a doce odor de auroras,
A tudo quanto forma esta apetência
De saber-me ligado à luz do instante.

Nasci para saber o bem da vida,
O humilde florescer das alvoradas,
O perfume discreto da água pura.

Nasci para ousar fazer-me amado
E amar demais, com este modo exato
De, vivendo de amor, morrer amando...

                                                         Antônio Lázaro de Almeida Prado

Do livro: "Ciclo das Chamas", Editora Ateliê, 2006, SP
Enviado por Fernanda de Almeida Prado