Estátua de Carlos Drummond em Copacabana (Rio), com um verso do poema "Mas viveremos", autor Leo Santana

 

Profana

De repente sinto-me
Profana.
Impura em meus atos de procura.
Profana.
Por violar a obra perpetuada,
Em memória de um poeta,
  Amado e adorado como poucos,
Que Foste tu, ó! Walmir Ayala.
O poeta livre e constante
Em suas lucubrações cotidianas.
Profana,
Por remexer nas lembranças,
Dos arcabouços engendrados,
Em meio à conturbado pesadelo
De vida e morte.
Profana.
De seus segredos e de seus anseios,
Que naufragaram em delírios múltiplos,
Sobre a folha solitária.
Profana.
Por penetrar em seu íntimo,
De poeta irreverente e lúcido,
Que cultuou a liberdade,
Rompeu barreiras e alcançou as estrelas.

Jaci Leal Santana

« Voltar