1. Condição

lanho
os frisos
mansos
dos teus seios...
feios
que estancam
arroios
de planura
e liso
a alteiam
imensidões
       — Adolfo Maurício Pereira (Cruziília/MG). Poema publicado em Diversos Caminhos - jornal Correio do Sul (Varginha) em 22/11/1980.

2. No título de um de seus poemas, no livro OUTRO SOL, Júlio Polidoro disse: "Logro quer dizer dolo".

3. P. H. Xavier doidinho para ler ENCOSTADA NA PAISAGEM, de Yêda Prates Bernis (BH), poeta mineira, com poemas traduzidos para o espanhol, inglês, italiano, húngaro e francês. Yêda recebeu, em 1999, o prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras.

4. SAUDADE

O mundo gira
e eu giro no mundo
em busca de felicidade.
Mas,
enquanto giro
no mundo que gira,
gira em volta de mim
a saudade.
       — Zacarias Martins (Gurupi/TO)

5.  Rodolfo Serkin de vez em quando pesquisa Homero, Virgílio, Sócrates e vive encabulado com Erich Auerbach. O Aquiles é um personagem que ele respeita e tira o chapéu. Sabe qual a principal faceta de Aquiles? —  a emoção da ira". Willém Flusser viu Aquiles envolvido com a ira e tirou suas conclusões e me parece que criou uma comparação.    

6. "(...) a atração esta´no novo / no grão do qual / um ser se alimenta"... (Júlio Polidoro)

7. Estou contente
    de ter vindo
    de ter visto
    Então, ganhei em precisão,
    em acuidade,
    pronto para surpreender
    e capturar
    a imaginação,
    a palavra,
    a amplitude das coisas
    e a vida interior...

8. Caríssima Adélia Maria Woellner, confesso que hoje li duas vezes o seu poema INFINITO EM MIM, que é também o título do livro seu, lanãdo em 1997. O
poema nasceu de repente em sua cabeça, ou foi amadurecendo em você aos poucos? É realmente muito bonito. Mostro-o aos leitores destes caminhos:

INFINITO EM MIM

Em tudo,
na semente,
a expressão do todo.

No poema
resulto ser
criador e criado,
quando me permito
pundir-me com o universo
e perceber
o infinito em mim...
       — Adélia Maria Woellner

9. Disse-me Rafael Vieira Duarte (RJ) que Nádia Battella Gotlib escreveu excelente biografia ilustrada de Tarsila do Amaral — pintora modernista.

10. Será que Miguel Torga, no dia 24 de setembro de 1960, tinha razão quando escreveu, no seu diário: " Tanto monta ser aqui, como no Terreiro do Paço. Ouvir um político é ouvir um papagaio insincero."

11. NAVEGANTE

Âncora castigada pelo mar azul, olhos enxerando o horizonte.
Capitão na proa do navio vejo tua nave afastar-se aos poucos.
Escuto tua voz entre as ondas, tua voz a rugir como a de um lobo.
Sonho que estás aqui, bem a meu lado,
examino teu rosto e teus cabelos,
teu olhar tão escuro e misterioso
como as profundezas do oceano.
Teus olhos negros cheios de luz âmbar,
de solidão, vazios como o céu de outono,
desertos como o vasto Sahara
milagreiros, como a chuva no verão.
Ah! teus olhos negros desvendando
o eterno mistério da morte.

     — Isabel Furini     

12. Naquele dia, no terraço do bar, ele bebeu em silêncio. Estava realmente entristecido. Pegou uma dose de conhaque e disse: "Abençoa-me, estou precisando de viver feliz!"