CIDADANIA UNIVERSAL
                                     
O maior desafio da humanidade para que possa continuar a existir sobre a face da Terra ao longo dos próximos séculos será manipular energia que seja barata, possível de ser prospectada e ao mesmo tempo produza o menor índice possível de poluição.

Essas condições são difíceis de serem alcançadas, já que países ricos do hemisfério norte são os maiores consumidores de energia e também os maiores poluidores do planeta.

Uma sociedade próspera normalmente gera um povo alienado politicamente, face suas necessidades básicas de sobrevivência e consumo serem atendidas de forma a não surgir organização de idéias que façam o sistema político modificar seu “status quo” vigente.

Uma sociedade rica faz forte a fraca gente.

No dia que houver a necessidade de desenvolvimento de um novo pensar para que todos possam desfrutar da pouca energia existente no planeta e que mantenha o nível de poluição ao mínimo respirável, os países mais ricos fatalmente exterminarão os mais pobres para manutenção de sobrevivência de seu povo.

Isso é inevitável. Hoje em dia países em pontos estratégicos somente são defendidos pelos mais ricos de agressões externas se estão a dormir em berço esplêndido sobre cobiçados leitos de petróleo.

Todos nós sabemos que os recursos naturais de que nos valemos para prospecção de energia, um dia se esvairão e o planeta dará seu retorno – como tem dado – às agressões que lhe impingimos de todas as formas, já que segue sua mais imperativa lei: “Toda ação corresponde uma ação em sentido contrário, com igual força e intensidade”.

Nos falta ainda a compreensão de que ele não será generoso com a espécie humana, como não é com outras espécies, já que para o planeta pouco importa se exista sobre sua face esta ou aquela espécie animal ou vegetal.

É importante que todos tenhamos consciência que a vida humana é responsabilidade de todos nós, independentemente de onde moramos, que língua falamos ou para que credo oramos.

Enquanto não desenvolvermos uma ligação entre todos os povos no sentido de utilização dos recursos naturais com um mínimo de agressão ao planeta em que vivemos, vamos continuar a ser agressores de nós mesmos, já que todo ato volta sempre em sentido contrário.

Para que haja uma linguagem única nesse sentido é necessária a divulgação ao máximo dessas condições e elegermos como inimigo comum a falta de condições de vida futura, da impossibilidade das novas gerações
habitarem o planeta que hoje nos abriga.

A humanidade não pode ficar refém de governantes inescrupulosos que sequer se dão ao trabalho de discutir tema tão universal e preocupante. A visão do bem-estar imediato de seu povo sendo-lhe o que interessa, provavelmente acarretará danos irreversíveis em futuro próximo.

Hoje, com a globalização dos meios de produção, urge desenvolver políticas únicas para tratar o meio ambiente como meta maior a ser alcançada, sem alterar as necessidades básicas das sociedades humanas.

Para que isso ocorra, não deve passar pelos meios convencionais das políticas tradicionais, nem tampouco pela simples democracia representativa, presidencial ou parlamentarista, mas sim, pela cidadania universal, como elo de ligação entre todas as pessoas que habitam o planeta.

Essa deve ser a grande política mundial, já que o interesse maior é a própria sobrevivência da raça humana. Como meio prático e rápido de interligação entre os povos temos a Internet, que a todos comunica 24 horas por dia, instantaneamente.

As organizações não governamentais que lutam pelos direitos da natureza e meio ambiente devem compreender que esse é o grande mote que a todos interliga e que a Internet é o meio mais rápido para divulgação de suas idéias.

Por outro lado, todos os humanistas devem direcionar seus esforços para difundir ao máximo essa cidadania universal, já que a racional utilização dos meios naturais é imprescindível para sobrevivência da raça humana.

Participar como forma de exercício da cidadania universal não é apenas se preocupar com a má utilização dos recursos naturais e a insensibilidade dos governantes, principalmente dos países ricos. Mas, sim, formar uma grande rede de ingerência nas políticas externas de manutenção desses mesmos recursos.

Só assim os filhos dos nossos filhos poderão se orgulhar um dia de seus antepassados, que se preocuparam na manutenção natural do planeta em que vivem.

E que continua belo e maravilhoso de se viver. Um paraíso universal.

Douglas Mondo

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