VERDADEIRO E FALSO

A obsessão pela beleza perfeita tem gerado caras plastificadas, infladas por preenchedores ou paralisadas por botox, corpos turbinados com silicone e bomba ou forjados por lipoaspiração e dieta. As mulheres estão exagerando atrás de uma fantasia alimentada pelos anúncios e revistas especializadas. É a síndrome de Adônis (herói grego famoso pela beleza). Isto traz para o mundo das relações humanas uma questão restrita às artes e antigüidades, ou ao mundo das coisas caras: o valor exato da autenticidade. A resposta quem tem que dar é o – por falta de termo melhor – consumidor, dos seios. Um homem atraído pelos seios perfeitos de uma mulher só tem uma coisa a fazer ao descobrir se falsos. Mas o quê?
Se ninguém se preocupasse em comprovar sua autenticidade, minuciosamente, apalpando os duplos “airbags”, a falsificação nunca seria descoberta por um determinado componente de um determinado pigmento, por um mínimo detalhe: – Isto é bom demais para ser verdade! “Meter as mãos no peito?” Ora, bolas!
Por um mínimo detalhe pronunciado nos seios deixará de ser delas e perderá todo o seu valor e beleza atrativa – se, claro, seu consumidor revelar o mínimo detalhe. As mulheres podem muito bem decidir que as coisas são o que parecem ser e não a soma dos seus detalhes, ou pelo menos de todos os seus detalhes e, empinar os seus seios, para seu orgulho, vaidade e deleite dos apreciadores. Como os conceitos de verdade e moral, o que é afinal, autenticidade? Tudo é subjetivo.

Rubens Shirassu Jr.

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