Duas que odeio e uma que adoro

Uma coisa que odeio é Código da Vinci.
Li o livro do Dan Brown. Ele devia ter um brown na cabeça quando o escreveu. A história é ridícula. Tudo se baseia na piração de um perseguidor do Graal. Um romance policial medíocre. Porém uma pesquisa fabulosa. O autor destrincha teorias sobre o que era na
verdade o cálice de Jesus. Trata do sagrado feminino. As igrejas Cristãs também devem ter odiado o livro. Ele diz que existe também uma deusa ao lado de deus. Nada mais justo, afinal, com quem o velhote iria jogar baralho?

Outra coisa que odeio é pai repressor.
A bosta do Correio Braziliense - já foi um bom jornal, mas voltou-se novamente à direita - mostrou uma entrevista com vários pais que foram liberais quando jovens e agora são repressores. Tinha até um que olhava com cara de tarado para a filha única. Disse que o dia que ela levasse namorado em casa, ele morreria de ciúme! Incesto? Meus senhores e minhas senhoras, até hoje ninguém aprendeu que a única repressão possível é a própria consciência? Tratem seus filhos da maneira madura e amorosa e os deixem viver a vida. Confiem na educação que transmitiram. Contudo, se o seu problema é exclusivamente sexual em relação ao seu filho, VÁ PROCURAR UM PSIQUIATRA, SEU MANÍACO.

Uma coisa que adoro é experiência de vida
Adoro deixar respostas no ar, demonstrando que tenho experiência de vida.
- Devo dar ou não? - Pergunta a incauta.
- Dê, mesmo que menstruada.
- Ah, isso não! Ele verá o sangue.
- Mulher, entenda que homem de verdade acha que isso é normal por causa do tamanho do próprio pau. Sempre tento fazer uma expressão de sabedoria quando falo algo que sei que está correto.
- A vida é assim porque não é assada. - Procuro o horizonte com os olhos.
- Tá olhando o quê?
- Tô fazendo cara de intelectual!
- E como é a cara de imbecil?
Intercalo meus bate-papos com conclusões astrais sobre o cosmo. Mostro que entendo tudo e todos, pois já vi ou vivi algo parecido.
- Peguei minha mulher com outro cara.
- Como ele era? - Faço a cara de intelectual.
- Baixo, forte, perfumado e raspa os pentelhos.
- Diferente de você, que é alto, magrelo, nhaquento e nunca faz a barba - analiso e concluo.
- Sua mulher quer encontrar suas qualidades em outros caras, mas ainda te ama.
- Jura?
- Sim, a Jurandir ainda te ama!
Experiência de vida é massa. Porém para ter experiência é preciso viver.
Vivamos, então.

Giovani Iemini

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