Placebo
Era mais tarde do que se pensava, lutaram de modo inteligente, mas perderam uma batalha, levando em conta que nem sempre quem perde uma batalha perde a guerra, a animação ainda existia.
Não, não era uma guerra onde humanos morrem e armas explodem e sim uma guerra interna onde a vitória só resultaria em um prêmio: a vida.
– Mãe, eu estou curado
– disse Felipe.
– Ainda não! Mas isso não me fará desistir.
–Mãe, eu não quero mais voltar aqui
– chorou o menino.
A mãe pegou o filho da cadeira de rodas e o colocou no carro. Felipe teria doze anos se o cancêr não o tivesse tomado 3 anos, estava careca pela quimioterapia e havia muito sensibilidade no corpo e não podia andar por uma paralisia na infância.
– Mãe pode desligar o ar?
– perguntou o menino com uma voz um tanto quanto fraca coçando os olhos que ardiam.
– Meus olhos estão ardendo.
– Claro!
O ar foi desligado, pois a mãe sabia que aquela era a hora de o garoto dormir. O instinto de mãe estava certo, e em aproximadamente três minutos o menino estava dormindo.
"Oi"– o som ecoou e o corredor vazio do hospital parecia cheio de pessoas, mas não, era só ele. "O que eu estou fazendo aqui?" Essa pergunta só podia ser respondida por ele mesmo, até que uma luz acendeu no fim do corredor, mas de fato o corredor parecia não ter um fim definido, uma voz ecoou assim como o som que ele tinha a pouco escutado. "Salvação!"– a mulher começou a andar e as luzes atrás dela apagavam e as a sua frente acendiam. "Você vai parar de sofrer hoje, pois receberá sua glória". A mulher tinha asas, num era uma simples mortal era um anjo.
A mãe de Felipe o acordou, pois em casa haviam chegado.
– Vem, a mamãe vai te pegar.
O menino sentou se no banco e respondeu.
– Não precisa, eu te disse que eu estava curado.
O menino levantou e andou com confiança do que estava fazendo.
Gustavo Chaves Ferreira
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