AMIGO FASCINANTE

Por que será que o enigmático nos fascina?
Tenho um amigo assim: fascinante!
Eu o conheci faz já bastante tempo, nem sei dizer ao certo como e nem onde, só sei que um dia estava lá, lendo seus versos. Palavras por vezes estranhas, não em seu  entendimento, mas, na forma como eram utilizadas. Não eram crônicas simples, não eram versos pomposos e na maioria das vezes não eram contos, apenas uma forma poética de se expressar. Por vezes eu precisava ler uma, duas ou até mesmo três vezes aqueles dois ou três parágrafos para que pudesse chegar até seu pensamento.
Seu jeito filosofal de se expressar fazia com que meu interesse diário em lê-lo aumentasse.
Eu o encontrava em vários grupos de que fazíamos parte, e a curiosidade sobre sua pessoa aumentava dia a dia, pelas letras, pelos sentimentos, pelo caráter exposto e também por uma particularidade em seu nome que depois falarei.
Apesar de encontrá-lo em vários locais da Internet, não mantinha um contato mais íntimo, pouco sabia de sua vida a não ser que morava longe, muito longe mesmo, um mar todo a nos separar.
Um homem respeitoso, educado, culto e, com todos esses predicados poderia ser até distante e intocável, mas não.
Um dia, uma palavra, um gesto diferente e nossa amizade foi aumentando. Já podia desenhar um homem de verdade e não apenas aquele poeta matutino de outrora. Apesar de ser extremamente arredio com assuntos de ordem pessoal, aprendi a respeitá-lo como ser humano que sempre foi, portador de uma alma boa e generosa. Um homem impenetrável em sua parte emocional, mas uma alma desprendida e sempre pronta a ouvir e ajudar.
Como podia ser assim? Tão aberto para ouvir e tão fechado para falar?
Talvez o segredo de sua vida estivesse ali, em suas letras, e eu nem havia percebido.
Pude contar com ele e seu apoio durante uma das fases mais difíceis de minha vida. Somente depois de tudo ter acontecido é que pude avaliar sua proximidade naquele período. Amizade assim é ouro.
Gostaria muito, do fundo do coração, de poder estar mais perto dele um dia, dar um terno beijo, um abraço apertado. Achar uma forma de lhe agradecer por essa amizade tão importante, dizer como suas letras muitas vezes atingem o meu mais íntimo ser. Demonstrar o carinho enorme que tenho por ele e a necessidade de sabê-lo sempre bem.
Se houvesse no mundo pelo menos dez por cento de pessoas como ele, com certeza, nosso mundo seria muito melhor. E ainda com o sotaque lindo que ele tem então? Muito melhor. Talvez ele pense: “Sotaque eu? Oras!”  Afinal, sotaque temos nós, não é?
Assim é Antonio, assim é Jota, o Vilela ou simplesmente JOTA VILELA, meu amigo,  uma das pessoas mais queridas nesse mundo para mim.

Vera Vilela