A ERA DUNGA

Estão chegando às eleições e mais uma vez vamos sofrer com aqueles carros de som, panfletos e caras engraçadas na tevê prometendo mais segurança, comida, educação e o fim da corrupção dos outros políticos. Vão se renovar algumas cadeiras do Congresso e talvez a do próprio executivo, enquanto mais uma vez continuaremos sendo executados. Se tudo não terminasse em pizza assistiríamos o extermínio do próprio Congresso, porque metade dos políticos envolvidos no mensalão perderiam seus mandatos, assim como a outra metade envolvida no escândalo dos sanguessugas.

A quem apelar se vemos que até os chefões da Polícia Federal estão envolvidos em corrupção? Tem gente que começa a achar que o Marcolino tem razão quando diz que a revolução já começou e não tem como segurar. E em quem votar? Na senadora Heloisa Helena que dá pena de ser tão parecida com o antigo PT? No Alkimista de ilusões perdidas ou no sindicalista ditatorial, fidelista aos banqueiros que continuarão com as chaves do cofre do BNDES ? Mesmo se tivesse por aí, acho que nem no Enéas, sem layout, sem terrorismo visual e sem as bombas atômicas.

Estamos perdidos até no futebol, mesmo ressuscitando a ERA DUNGA pungada num devaneio esquizofrênico dos dirigentes da CBF em resposta a imagem marketada pela mídia televisiva que aposentou o futebol eficiente e um velho lobo tetra campeão e aspira o surgimento de um herói no campo de batalha, alguém iluminado e carismático que saia gritando com seus companheiros e arranque deles o brio pela amarelinha. Um Ulisses de chuteira que coloque ordem na casa e que não desapareça numa tempestade tropical. Agora é esperar pelo rearranjo cósmico, sem medo que surja algum outro caçador de marajás ou um líder presidiário sindicalista que prometa nos levar ao nirvana sem disputa de pênaltis.

Luiz Carlos Pires

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