Sushi-woman

Um dos livros que sempre estou lendo de novo é o romance “Shogun”, de James Clavell. Nele, somos levados a acompanhar a história de um marinheiro holandês, aprisionado pelos japoneses no Japão do século XVI. O livro todo é um belo estudo da cultura japonesa: o “bushido”, código de honra dos samurais; a arte do hai-cai; o pensamento e a forma de compreender o mundo desta cultura tão impressionante, curiosa e delicada. O processo de verdadeira “educação” pelo qual passa o prisioneiro, oriundo de uma Europa de hábitos grosseiros e pouco higiênicos é acompanhado pelo leitor ao longo do livro, e um dos aspectos mais interessantes é aquele que se refere à comida. Esta transição dietética do herói, que passa da sua alimentação habitual de carne vermelha, massas e ensopados grosseiros, pão e cerveja, para a delicada comida japonesa faz com que reflitamos muito sobre os nossos hábitos alimentares.

Hoje em dia, encontramos restaurantes japoneses a cada esquina e de certa forma é “cult” comer “sushi”, utilizando o “hashi”, ou seja, aqueles pauzinhos que se transformam em pinças eficientíssimas, quando adquirimos a prática. Sou adepta ferrenha desse tipo de culinária, que tem me ajudado ultimamente a não aumentar muito de peso, uma vez que a obesidade ou a ameaça dela tem sido minha companheira freqüente nesta meia-idade sedentária de muitas horas na frente do computador, ou lendo deitada na rede branca com varandas da mesma cor.

Clotilde Tavares

Publicada em 29 de janeiro de 2006, na Tribuna do Norte, RN
Crônica enviada pela autora

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