POR QUÊ POLÍTICIOS NÃO VÃO AO HOSPITAL PÚBLICO?

Creio que deveria haver uma lei que obrigasse os políticos a usarem sempre os serviços públicos de saúde e educação, e não os D´or da vida, que no final das contas acabam sendo pagos com dinheiro público. Da mesma forma, seria muito mais honesto ver o filho de um governador ou prefeito, por exemplo, começando o ano letivo numa escola pública,junto com gente de todas as classes sociais, a mesma gente que votou naquele político para ele se dedicasse, entre outras coisas, a melhorar exatamente a saúde e a educação públicas.

Pois qual a credibilidade que um político tem se quando ele fica doente é logo internado no melhor hospital particular da cidade, com uma infraestrutura de primeira, médicos atenciosos e bem pagos e quarto particular? E também qual a credibilidade do político cujos filhos estudam num colégio caríssimo, com educação integral, aulas de arte, inglês, esporte, música, teatro etc, etc? Onde fica a tal história de “dar o exemplo”? Mal comparando, é como se um alto diretor da Volkswagen chegasse ao trabalho tranquilão, dirigindo o último modelo da...Fiat.

Se um político não tem coragem de procurar um hospital público ou duvida da capacidade da escola pública de dar uma educação de qualidade aos seus filhos, então ele não serve para ocupar um cargo público. Pode ser que tenha muito sucesso numa empresa privada, num cargo de empresa particular, mas o nome “público” não tem nada a ver com ele.

Quer dizer, aquele que não pode pagar um bom plano de saúde ou uma escola particular que se vire com as filas, com as máquinas quebradas, com os diversos problemas de infraestrutura, de baixa auto-estima dos profissionais, dos salários irrisórios, de tudo o que serve para desestimular os profissionais destas áreas, que apesar de tudo ainda se esforçam para proporcionar um serviço razoável nestas duas áreas, essenciais em qualquer parte do mundo.

Será que se essa lei existisse os serviços públicos de saúde e educação não melhorariam, já que o político e a sua família “sentiriam na pele” o atendimento público? Mas, afinal, quem é que faz mesmo as leis, hein?

André Luis Mansur

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