Mulher quer é gol

Quem disse que mulher não entende nada de futebol, das duas uma: ou não entende de futebol ou, pior, não saca nada de mulher. Sigam-me as boas. Quando o cara é um baita de um prego o que você faz? Joga para escanteio não é? E quando o bacana dá uma pisada, você não o coloca na marca do pênalti? Se chiar ainda corre o risco de receber cartão vermelho.

Mulher não quer ter como parceiro um zagueirão retrancado. Prefere um atacante ofensivo que entre pela esquerda ou pela direita... tanto faz, desde que entre. Mulher quer é gol. Esse negócio de bola na trave é coisa para iniciante. Profissional entra com bola e tudo e se gritar na hora da comemoração melhor ainda. Não tem problema se estava na banheira, o que, aliás, já é um adianto. Mulher gosta é de atitude. O que vale é o resultado, o placar. Quanto mais avantajado melhor. Joguinho amarrado, magro de gols, não garante rodada dupla. Se a primeira partida foi na casa do adversário não tem jogo de volta.

Para mulher, toda partida é final. Se o bacana chega com cara de oitavas-de-finais é desclassificado por WO. É como se não tivesse comparecido. Mulher gosta é de emoção. Estádio lotado gritando lê, lêlêô!!! para ela é pouco. Parece exagero, mas é isso mesmo. Craque que é craque pode ir dando tratos à bola e encontrando novas estratégias de jogo. Quatro-dois-quatro, quatro-três-três, quatro-quatro-dois são posicionamentos que já não causam nenhum frisson. É como se o time já entrasse para perder. Mulher entende do riscado, não se entusiasma com qualquer preleção.

Quantas mulheres existem na comissão técnica do nosso valoroso Escrete Canarinho? Alí, dando palpite, orientando, metendo a mão na mesa, dando as cartas. Nenhuma. Depois não reclamem se voltarmos da Alemanha sem a faixa de campeões, ou, melhor dizendo, hexacampeões. Alô Parreira! Quem avisa amigo é.

No final dos anos 50 fizeram uma pesquisa, somente com mulheres, para saber quem elas consideravam ser o melhor jogador do Brasil, Pelé ou Garrincha. Quer saber quem ganhou? É obvio que foi Garrincha. Você já teve a curiosidade de saber o nome da cidade onde ele nasceu? E ainda dizem que mulher não entende nada de futebol. Que besteira. Isso é coisa de machista, coisa de porco chauvinista, para citar uma velha amiga, militante das antigas. Ela vai odiar tudo o que escrevi aqui, e com alguma razão, concordo. O meu trunfo é que de porco ela nunca vai poder me chamar, afinal, sou corintiano. Mosqueteiro. Espada. Se é que você me entende...

Luiz Fafau

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