CONCLUSÃO

A morte dói. Dói e não tem jeito. Crenças à parte, ela é real, forte, imprevisível às vezes, inevitável outras tantas, mas sempre, sempre conclusiva.

Doeu a morte de Lennon. E eu nem era tão fã assim. Talvez pela violência do fato. Talvez pelo fato dele ter nascido no mesmo dia e mês que eu, algumas décadas antes. Talvez isso nos fizesse próximos. Talvez as músicas eternizadas pelo grupo. Não sei. O que sei é que doeu.

Doeu a morte dos Mamonas. E eu nem era tão fã assim. Talvez pela violência do fato. Talvez pelo fato de serem tão jovens e eu já ter idade bastante para considerá-los assim. Talvez pela música, pela alegria que representavam. Não sei. O que sei é que doeu.

Está doendo a morte de Michael. E eu nem era tão fã assim. Talvez eu fosse, e só agora me dê conta. Talvez pela violência do fato, pois independente da causa, a violência está no próprio fato. Talvez pela idade tão próxima, o que nos dá a impressão de que estamos na fila. Talvez pela alegria que representava, pela energia e genial talento, pela infantil expressão de vida e tão maduro compromisso com a arte. Não sei. O que sei é que está doendo e doerá.

A morte dói. Pensar que estes seres de luz, curadores de espírito, que vieram a este mundo antes de nós ou que ainda virão, cumpriram sua missão pessoal e coletiva, não consola. Explica a vida, mas não justifica a morte. Ela é real, forte e inevitavelmente conclusiva. Sempre, sempre conclusiva.

A morte, simplesmente, dói.

Maria Luiza Falcão
(25jun2009)

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