Palavras e Atitudes x Eros e Psique

Eros e Psique não traduziriam melhor esta viagem conjugal e morfética das vaidades humanas. Se de um lado temos o propósito de viciar nossas mentes nos desavisos das construções romanceadas, por outro há os que alimentam, em vastas desconsiderações, o que  somente poderia ser criatura de uma mente fértil em captar novos e subjetivos amores.
Supondo que amor e alma estarão unidos, mesmo que estejam representados pelo mínimo que se espera de alguém que seja chamado de ser humano, não há mais que se conviver com os rumores que antagonizam um par tão perfeito e trágico.
Mas a intenção é sobrepujar, alardear, maltratar e deixar subserviente a vaidade humana. Essa minha vaidade faço questão de alardear aos quatro ventos, se assim for preciso.
Mentiras, armadilhas, destruições equivocadas e repetitivas de sonhos. Turbilhões em guerra de desamor, desesperança, aflição e torpedos de ignorância para com o próximo.
Trata-se Eros como quem trata a roupa que vai ser usada para o próximo baile à fantasia. Chama-se Psique aquilo  que clamam pelos restos mortais do que está vivo.
Perversidades nas colunas sociais, loucos ruminando trejeitos para poderem cuidar dos ditos sãos. Mais loucos os que sabem não ser loucos, ou permitem as loucuras e traduzem nas suas linhas o verdadeiro estado de Eros e Psique. Banalidade fugaz de uma ilusão metida a verso e prosa. Elogios escarrados para esconder os galhos que tapam os buracos das esquinas virtuais.
Trapaceiros dos sonhos. Ilusionistas da covardia, que provocam enredos com artimanhas para depois desvencilharem-se do que não suportam em suas próprias mentes.
Cavalheiros do apocalipse. Senhores das miragens e das alagadas noites sem motivação para continuarem a fraquejar
A R R E P E N D I M  E N T O    A M A R G O   por ter deixado o falso profeta entrar aqui. Muito mais, A R R E P E N D I M  E N T O   A M A R G O   pela liberdade de estar aqui ultrajando vossos olhos com as certezas dos vis fiéis das condolências diabólicas. Traidores das construções alheias e alheios ao respeito pelo que há de ser o seu próprio espelho, num reflexo opaco dos que não se enxergam.
Não às palavras. Sim às atitudes. Permissividades, invasões incontestáveis afloradas pela ultrajante maneira de bater à porta e pedir licença para entrar, como todo bom mestre o faria.  Nunca, jamais, em tempo algum esqueçam que a maioria dos lobos precisa estar em pele de cordeiro, do contrário seriam meras figuras fracassadas em seus recessos sexuais permanentes.  Lúgubres e abastados fantasmas abafados pelo falso astro rei, precisam sair ligeiro, sem despedidas, para que não seja percebido seu fracasso em não saber alimentar, pois tudo que aprenderam foi, tão somente, usurpar o que há de melhor em quem está sendo-lhe útil.
Barbaridades cometidas nas entrelinhas das passagens rápidas e incoerentes, sorvidas nos porões da falta de integridade. Sórdidas mentiras disfarçadas em supostas verdades estampadas nas caras repletas de cupins.
Não. Não admitam a invasão de suas horas, que deveriam ser dedicadas tão somente ao bom proveito de seu maior bem, sua felicidade.
Cuidem-se dos falsos libertadores libidinosos, que minam a franqueza que ainda resta no lírico encontro entre Eros e Psique. A utopia mascarada nas palavras logo virá à superfície, tão logo seja permitida acompanhar as atitudes.
Bonecos de trapo na subserviência de seus próprios demônios são assim mesmo, precisam alimentar-se do que há de melhor na caridade oposta à sua necessidade.
E alguns, ainda enganados ou querendo enganar quem possa acompanhar a triste trilha, ainda chamam a isso de absorver conhecimento. Tolos embalados em brasões da esperteza e únicos a sorver, em cálices tortuosos, os goles de energia benéfica oferecida por quem não se incomoda em dividir, porém, temos os mesmos tolos incapazes de retribuir uma gota sequer.
Os rastros deixados nas palavras perfumadas, logo impregnam o ar da chama acesa da putrefação.
Portanto, bradem que seu tempo acabou. Aqui. Agora. Sinto muito lhe informar, mas descobri, talvez tardiamente, a tecla "deletar".

Márcia Ribeiro

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