Paulicéia Dominada

     Os olhares escurecidos são de medo, a paulicéia que não dorme, recebe um calmante tarja preta as pessoas atônitas nas calçadas, seguem no descompasso do medo o trajeto incógnita de suas casas. Ônibus em chamas iluminam morbidamente a escuridão que se firma, lotado os pontos se abandonam acuados na desordem civil que se instala. Nas estações do metrô rajadas de tiros atemorizam uma multidão de usuários apavorados. A segunda - feira desritmada, toma sonância nos ruídos de mortes e bombas espalhadas. O fórum cerra suas portas as dezesseis horas sob forte esquema militar; o PCC faz da paulicéia o palco para seu dramma, o poder público diz “Está tudo sob controle” parece que nossa paulicéia vive o remanejamento nazista de Aushwitz, pessoas indecisas deixam seus trabalhos seus compromissos e o que tinha urgência pode esperar para amanhã, quem sabe, se houver ônibus, ou até mesmo, quem sabe, algum celular tocar, para agradecer os televisores para copa; São Paulo dopada dorme, sob o ruído incessante do silêncio mais democrático a moda brasileira, afinal é ano de eleições onde tudo se releva e ainda tem a copa para juntar polícia e bandido numa mesma  cela a comemorar o hexa e viva o Brasil!

Darlan Alberto Tupinambá Araújo Padilha

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